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Eleições continuam dando o que falar

Quatro municípios do Estado realizarão segundo turno neste domingo, 30

Em Porto Alegre, a disputa acirrou entre Nelson Marchezan Jr (à esquerda) e o vice-prefeito, Sebastião Melo (à direita) (Foto: R7.com)

As eleições municipais de 2016 foram realizadas, em primeiro turno, no dia 2 de outubro, e neste domingo, 30, nos municípios com mais de 200 mil eleitores (Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas e Santa Maria), será realizado o segundo turno.

 

Porto Alegre

Na capital, Porto Alegre - maior colégio eleitoral do Estado -, o deputado federal Nelson Marchezan Jr. (PSDB) e o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) disputam a vaga de José Fortunatti (PDT), que está à frente do executivo porto-alegrense há oito anos. Ainda assim, o representante da situação que liderava a maioria das pesquisas, não conseguiu confirmar seu favoritismo nas urnas. Por conseguinte, Marchezan ficou na ponta e liderou o primeiroturno.

A vantagem não foi vasta. O postulante social-democrata obteve 213.646 votos (29,84%) ao passo que Sebastião Melo fizera 185.655 votos (25,93%). O concorrente tucano e o peemedebista deixaram para trás o ex-prefeito Raul Pont (PT) e a última candidata à presidência da república pelo PSOL, Luciana Genro.

Raul teve 117.225 votos (16,37%), enquanto Luciana tivera 86.352 votos (12,06%), na 5° colocação. A surpresa ficou por conta do deputado estadual Maurício Dziedricki (PTB) que, no 4° lugar, conquistou 97.939 votos, o equivalente a (13,68%).

Porto Alegre contou com nove candidatos. Destes, Maurício Dziedricki anunciou apoio a Nelson Marchezan Jr. Um importante passo para o deputado federal que poderá obter, teoricamente, os votos de Dziedricki, os quais serão fundamentais para uma possível vitória de Marchezan, visto que o político trabalhista ficou na 4° colocação, com mais de 97 mil votos. Maurício alegou que “não apoiou Marchezan em troca de cargos, e, sim, porque Nelson prometeu criar o fundo municipal de segurança”. O cabelereiro Marcello Chiodo, do PV, também levará seus mais de 4 mil votos para chapa de Marchezan Jr. Luciana Genro e o PSOL, oficialmente, não apoiarão ninguém. O PT, de Raul Pont, liberou a militância, porém, alguns petistas estão manifestando voto para Sebastião Melo, já que o seu oponente é do PSDB, adversário histórico do Partido dos Trabalhadores.

O candidato liberal, Fábio Ostermann, do PSL, decidiu não apoiar nenhuma das duas candidaturas, pois, segundo ele, nem Nelson, nem Sebastião, comprometeram-se com projetos que visassem o desinchaço da máquina pública e as privatizações. Na extrema esquerda, o PC do B, que estava junto do candidato Raul Pont anunciou voto indireto em Sebastião Melo, já que, de acordo com a nota emitida pela sigla “seria o menor dos males, em comparação com Nelson Marquezan”.

O PSTU, que teve Júlio Flores como candidato, não apoiará nenhum dos dois postulantes ao executivo. O partido também exortou a militância para votar nulo, pregando o "fora todos". João Rodrigues, do PMN, não se manifestou.

 

Pesquisa Ibope

Em pesquisa do Ibope, realizada em 10 de outubro, Nelson Marquezan Jr. largou na frente com 45% da intenção dos votos, diante de 33% de Sebastião Melo. Em Porto Alegre, o PSDB de Marquezan, sempre foi considerado um partido inexpressivo. Há quatro anos atrás, por exemplo, o hoje vereador, Wambert Di Lorenzo, que superou Nelson Marquezan Jr. na votação secreta da legenda, fizera 2% dos votos. O PSDB compôs até o ano passado o governo Fortunatti. Além disso, José Fortunatti, do PDT, foi eleito no primeiro turno, em 2012, fazendo uma grande vantagem sobre Manuela D’Ávila. A candidata do PC do B no início do ano estava na liderança das pesquisas espontâneas, entretanto, em função do nascimento da sua filha, decidiu não se candidatar.

 

Caxias do Sul

Na Serra gaúcha, o candidato do governador Sartori, Edson Néspolo, do PDT, venceu, no entanto, somente no primeiro turno. Seu concorrente no dia 30, no segundo turno, será o postulante ao executivo do PRB, Daniel Guerra, que ficou na segunda colocação, com 68.214 votos, resultado um total de 29,11%. Néspolo, com 102.044 votos, obteve 43,54%, garantindo a liderança.

Agora, o segundo maior colégio eleitoral do estado terá dois concorrentes brigando por mais de 123 mil votos, entre brancos, nulos e, especialmente, os votos do deputado federal Pepe Vargas, do PT, que, por pouco, não foi para o segundo turno. O petista teve um total de 59.229 votos, 25,27%. Vargas já adiantou que não ajudará na campanha de ninguém no próximo turno. Todavia, o parlamentar diverge de Néspolo, já que o prefeito é apoiado pelo PMDB que, em uma vicissitude com o PDT, já está há 12 anos no poder. De 2005 a 2013, com o agora governador José Ivo Sartori (PMDB) e, posteriormente, quem assumiu, foi Alceu Barbosa Velho (PDT), que venceu o pleito de 2012.

Neste ano, quem quer transformar estes doze anos em dezesseis, é Edson Néspolo. Contudo, a situação atual, além de ter a voraz oposição de Pepe Vargas e de seu partido, também terá o antagonismo das demais siglas. Assis Melo, do PC do B, que obteve 2.629 votos, 1,12%, garantiu que não apoiará nenhum dos candidatos. Segundo o metalúrgico, “Daniel Guerra é a expressão do fascismo e Edson Néspolo não representa o PDT nacional que não apoiou o impeachment de Dilma Rousseff”. Por essa razão e por estar junto do PMDB, o PC do B e o seu postulante, Assis Melo, não estarão ao lado de nenhuma das candidaturas.

 

Canoas

Além de Porto Alegre, a região metropolitana também terá um município com segundo turno trata-se de Canoas. A cidade já possui 247 mil eleitores e com isso, a candidata apoiada pelo prefeito mais bem avaliado do Estado, Jairo Jorge (PT), Beth Colombo (PRB), vai para o segundo turno com o deputado Busato (PTB). A vice-prefeita de Canoas angariou 71.952 votos (45,79%), já Busato obteve 58.616 votos, 37,30%.

Dos municípios do Rio Grande do Sul que terão segundo turno, Canoas foi o município que apresentou menos candidatos no primeiro turno: quatro. E o terceiro colocado pode ser decisivo, afinal, trata-se do ex-presidente do Canoas Sport Club, Felipe Martini. O candidato do PSDB obteve 22.594 votos, o que equivale a 37,30%.

Martini já decidiu quem apoiará neste segundo turno, o deputado Busato. Somados os votos brancos e nulos aos votos de Felipe Martini e do psolista Paulo Sérgio, último colocado com um pouco mais de três mil votos, 2,53% - Busato e Beth disputam mais de 75 mil eleitores. Luiz Carlos Busato saiu na frente, porque conseguiu o apoio de Martini, terceiro mais votado, e Beth corre sérios riscos. Seu comitê foi alvo de investigação e a própria candidata terá que prestar depoimento. A expectativa dos seus apoiadores e partidários era de que a eleição fosse resolvida ainda no primeiro turno. Contudo, os problemas judiciais podem ser mais prejudiciais do que a bancada do PRB pensava, tendo em vista que Jairo Jorge (PT), prefeito anterior e apoiador de Beth, tem expressiva admiração da população de Canoas.

 

Santa Maria

De forma inédita, a região central do estado terá segundo turno. Isso porque, os deputados estaduais Valdeci de Oliveira (PT) e Jorge Pozzobom (PSDB) estão na disputa.

A votação no quinto maior município do estado foi apertada e Valdeci, com uma diferença de 709 votos, superou Pozzobom, também deputado estadual, que, concorrendo pela segunda vez para ser prefeito de Santa Maria, foi melhor que há quatro anos atrás e ganhara 43.037 votos, um percentual de 29,20%.

Valdeci, primeiro colocado, obteve 43.746 votos, ficando com 29,68%. O candidato da situação e suplente da Câmara dos Deputados, Fabiano Pereira, do PSB, ficou na terceira colocação, embora sua coligação tenha sido denunciada por encomendar uma pesquisa eleitoral falsa, no entanto, Fabiano Pereira não conseguiu chegar ao segundo turno. Ele tinha como sua vice, Magali, do PMDB, partido do atual secretário de segurança do estado do Rio Grande do Sul, Cezar Augusto Schirmer, que comandara a prefeitura de Santa Maria pelos últimos oito anos. Fabiano tinha, inclusive, maior tempo de televisão e o apoio do prefeito em exercício, José Haidar Farret, ex-prefeito de Santa Maria na década de 80.

O PSB, partido atual de Pereira, liberou a militância para votar em quem quiser. Entretanto, parte da bancada do Partido Socialista Brasileiro apoiará Jorge Pozzobom. O PMDB também optou pela neutralidade. Por causa disso, Valdeci e Pozzobom disputarão os 20.290 votos de Fabiano Pereira, terceiro colocado, com 13,77%, porém, 11 partidos já anunciaram quem apoiarão.

O maior e mais cobiçado arrimo foi para Valcedi de Oliveira. Jader Maretoli, do Solidariedade, com seus 19.487 votos, 13,22%, optou pelo petista. Maretoli apoiaria o candidato que aceitasse sete de suas propostas. Uma delas, a criação de quatro escolas de turno integral. Uma em cada região da cidade. A outra proposta é criação da secretaria municipal de segurança. Jader levou consigo o PRB, sigla que também fazia parte da sua coligação, com a finalidade de apoiar Valdeci. Além disso, a Rede Sustentabilidade, partido que estava na coligação de Fabiano Pereira, também apoiará Valdeci. PV, PSD, PTB e PPS, já anunciaram que contribuirão com a campanha de Jorge Pozzobom. Os quatro estavam com Fabiano Pereira.

PSC, PSL, PTC e PRTB, siglas que estavam junto da Candidatura de Jader Maretoli, optaram por Pozzobom. Adão Lemos, candidato a vice de Jader, inclusive, separou-se de Maretoli, para contribuir com o tucano. Adão alegou que o “PSDB não tem como pauta a ideologia de gênero e o aborto, ao contrário de Valdeci”. Vale lembrar que, tanto Jader Maretoli, quanto o seu vice, Adão Lemos, tinham o apoio massivo da Igreja Evangélica, pois ambos são pastores. Pozzobom tem o apoio de 11 vereadores eleitos, enquanto Valdeci, de seis. A votação irá das 8 horas até às 17 horas, nos quatro municípios.


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