Um dia no segundo escalão do futebol lusitano, ora pois
Apesar de Benfica, Porto e Sporting dominarem o esporte no país, equipes da segunda divisão nacional também tentam a sorte dentro das quatro linhas
Estádio José Santos Pinto abriga os jogos do Sporting da Covilhã na Segunda Divisão Portuguesa (Foto: Thiago Henrique)
O planeta é dominado por uma bola, a de futebol. O esporte mais comentado nos eixos planetários agitam todas as estruturas de Portugal. Do sudeste ao nordeste, é comum ver crianças vestindo a camisa de seus respectivos ídolos, ou com seus nomes nas costas, almejando disputar uma partida oficial pelo clube do coração. Apesar de Benfica, FC Porto e Sporting dominarem o esporte nas terras lusitanas, ainda há equipes que almejam voos mais altos no futebol, como é o caso do Sporting da Covilhã.
Fundado em junho de 1923, o alviverde da Covilhã realiza uma campanha irregular na Segunda Divisão do Campeonato Português. Atualmente na décima colocação, a equipe comandada por Felipe Gouvea viu a vitória escapar de seus pés nos últimos minutos de jogo diante do Vitória de Guimarães B, no sábado, 11.
A atmosfera no estádio José Santos Pinto – sim, um estádio e não uma Arena – era de recuperação, afinal, a última vitória aconteceu diante do líder Portimonense, no dia 22 de fevereiro. Com dois empates consecutivos o Leão da Serra permanecia estacionado no meio da tabela de classificação e precisava da vitória para tentar se aproximar dos primeiros colocados.
O meio da tabela aparenta ser o lugar ideal para o Sporting Covilhã, já que diante de seu torcedor, a equipe apresentou um futebol mediano. Com extrema dificuldade em manter a bola em seus pés no primeiro tempo, o time conseguiu trocar apenas seis passes consecutivos durante os 45 minutos iniciais. No restante, bola nas montanhas – apesar de que isso também não era possível já o que vento era tão forte, que impedia certas trajetórias da bola. A equipe de Guimarães jogava com inteligência e pressionava o lado esquerdo de ataque, pois, Sambinha, lateral-direito da Covilhã, transformou o seu espaço de jogo um verdadeiro Sambódromo. Por lá, os principais lances do Vitória de Guimarães aconteciam e foi justamente neste lado do campo em que o árbitro assinalou pênalti.
Após abrir o placar e sofrer a virada, os, aparentemente, reservas dos reservas do Vitória de Guimarães conquistaram o empate em um estilo mais alto que a altura das montanhas de Covilhã. Haman pedalou nos ares do estádio José Santos Pintos e não deu nenhuma chance ao goleiro Igor Rodrigues. Com a sua bicicleta fatal, Haman empatou e deu números finais a partida, 2 a 2.
Apesar do empate, o glamour em Covilhã é, obviamente, menor em relação a várias equipes do próprio país. O estádio, predominantemente dominado por pessoas com idade mais avançada tornando, um dos poucos estádios em um teatro, característica típica das novas Arenas – teve até pipoca faltou. A cada lance os torcedores se dividiam entre se aquecer dos ventos da cidade serrana e aplaudir. Aplaudiam, mesmo que não levasse perigo algum a meta adversária, além de fumar o tradicional cigarro, item que era onipresente no estádio.
Times B na Série B de Portugal?
As chamadas equipes “B” são muito comuns na segunda divisão do Campeonato Português. Ao todo, cinco das 22 equipes que disputam o acesso para a principal divisão do país, são derivadas de equipes que disputam a elite lusitana. Além do Vitória de Guimarães, Porto, Braga, Benfica e Sporting, dão ritmo de jogo aos jogadores que não são utilizados na equipe principal, na Ledman LigaPro. Mesmo não avançando em eventuais acessos, algumas das equipes fazem boas campanhas na competição. Atualmente, o Benfica B é o melhor entra as cinco “equipes suplentes”, na quarta colocação, com 50 pontos.
A terra do rei, ou melhor, do Dom, também tem o seu “charme”, pode ser mais esfumaçado que o famoso “Gauchão”, mas não se enganem, a bola pode atrapalhar até mesmo os caneleiros na Charmosa Segunda Divisão Portuguesa. A diferença é que aqui, pagam em euros...