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Black Friday e Fake News: o que eles têm em comum?

Fake news. Você já deve ter ouvido ou lido sobre fake news por aí. O termo anglófono ganhou ainda mais relevância no início de 2017 com o presidente americano Donald Trump em sua primeira coletiva de imprensa, acusando CNN e Buzzfeed de praticar o hábito de divulgar notícias de mentira, ou na tradução literal do termo, notícias falsas. Independente da acusação de Trump, notícias falsas circulam pelas redes sociais como um rastilho de pólvora em chamas e nem todas as pessoas têm tempo para averiguar se são realmente verdadeiras. Uma delas é relativa ao Black Friday, mais um termo da língua inglesa que já está incorporado ao vocabulário brasileiro, mas que ainda gera muitas dúvidas.

Sem entrar no mérito do desconto que é prometido no período da Black Friday, muitas notícias são veiculadas como se o termo viesse do tempo escravagista nos Estados Unidos, sendo que os escravos seriam vendidos com desconto após o Dia de Ação de Graças. E esse é o grande fake news da atualidade. Fazendo uma pesquisa não encontramos nada sobre o comércio de escravos e o termo. Black Friday está presente em vários capítulos da história mundial, mas só começou a ser atribuído ao comércio na década de 60, nos Estados Unidos, mais precisamente no estado da Filadélfia. Os policiais começaram a relatar que a sexta-feira após o Dia de Ação de Graças, feriado nacional americano, era um caos, pois havia muito trânsito das pessoas retornando as suas casas depois de passarem o dia fora visitando parentes, além de grande número de compradores se dirigindo ao comércio por ser a data oficial da abertura do Natal. Mas o Natal não é 25 de dezembro?

Sim, mas tradicionalmente as decorações somente começam após o Dia de Ação de Graças. Assim como hoje, as lojas ficavam atulhadas de motivos natalinos, além de algumas contratarem Papais Noéis, o que levava muitas crianças a pedir seus presentes ao bom velhinho. Essa muvuca durava até dois dias e levou algum tempo para que se ligasse definitivamente o termo Black Friday às vendas, pois ele já existia. Como assim?

Na década de 50, nos Estados Unidos, muitos funcionários ligavam para empresas alegando estar doentes na sexta-feira após o Dia de Ação de Graças. Como a quinta-feira é o feriado nacional, faltar na sexta-feira alegando a doença conferia alguns dias de folga no emprego. E aí surgiu o termo Black Friday, em referência à Peste Negra, que foi uma

doença ainda hoje pouco explicada e que dizimou milhões de pessoas na Europa.

Outra versão utilizada para explicar a Black Friday é que era nessa data em que a empresa "saia do vermelho para entrar no preto", algo que no Brasil seria "entrar no azul", numa clara referência às canetas das cores azul e vermelha, usadas para escrever lucros e perdas, mas um artigo publicado em 1994 descreve que foi o caso ocorrido com a polícia da Filadélfia que fez com que termo se espalhasse em todo o país americano.

Então aquela história que lhe enviaram no whatsapp, que você leu no feed de notícias do facebook, de que deveríamos boicotar a Black Friday por ter origem escravagista é mais falsa que nota de três reais. Porém isso não impede que você reflita: vale a pena comprar algo de que não preciso apenas porque está com um super desconto?


Fonte: https://www.snopes.com/holidays/thanksgiving/blackfriday.asp


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