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Exceções à Regra

Em partida com altos e baixos, equipe do Guarani Futsal venceu o Serade em Frederico Westphalen pelo placar de 7 a 3. O jogo teve discussões e gols bonitos, além da torcida da casa mostrando que o apoio faz diferença.

Equipe do Guarani Futsal em pose para foto oficial antes do início da partida contra o Serade.

Foto: Gabriel Reinehr.

Como observador estrangeiro ao campo, por vezes fica difícil concluir com eficácia o que se passa na mente dos atletas. Contudo, a partida entre Guarani Futsal e Serade foi a exceção à regra. Uma partida por vezes curiosa que viu Paulo Roberto (ou Paulinho Cambalhota) abrir o placar para a equipe de São Borja com menos de um minuto passado no relógio. Ele recebeu a bola na esquerda e, após defesa fenomenal de Gian Basssani colocou o rebote para dentro das redes. Infelizmente para os torcedores frederiquenses, o gol foi o atestado médico de nervosismo de um time que entrou desconcentrado em campo; tanto que ao final do primeiro quarto da etapa inicial, Zé Antônio recebeu um cartão amarelo e logo depois Cambalhota (que curiosamente não comemorou desta forma) ampliou o placar para o Serade. Foi um contra ataque mortal, parecido com o do primeiro gol, porém com lados invertidos: uma assistência perfeita da direita, e Paulinho apenas escorou para que a redonda adentrasse o gol. Nesse ínterim, o Serade marcava muito e não dava espaços para o ataque do Guarani. Não era exatamente um início de jogo fulgurante para os donos da casa.

Porém, mostrando uma fibra ímpar e o bom treinamento de Jéferson Bogoni, logo depois dos 6 minutos, Halison roubou a bola na ponta direita e passou para Naymayer estrear o placar da casa. Depois disso o time do Guarani pareceu colocar a mente no lugar, e o gol de empate tornava-se cada vez mais próximo. Eis que Clayton Matheus, ou Pedaleira como aqui referir-me-ei, entrou em campo. Mostrando experiência, começou a driblar os rivais e provocá-los. Seu ápice foi, com cerca de 12 minutos ainda no relógio, Pedaleira recebeu um passe dentro da área e, de letra, fez o gol de empate. A torcida ali presente rejuvenesceu-se e rugiu: O Guarani vivia.

A partir dali inverteram-se os papéis iniciais: O Guarani marcava forte e criava cada vez mais chances, enquanto o Serade lutava para afastar os donos da casa da sua área. Não adiantou. Aos 16 minutos Bilo recebeu a bola na intermediária direita e não titubeou, encheu o pé e estufou as redes do goleiro visitante, que assistiu impotente o petardo passar ao seu lado esquerdo. Foi a virada do Guarani, e a torcida mais uma vez aplaudiu o time que finalmente demonstrava sua capacidade. Tanto que pouco mais de um minuto depois Zé Antônio deixou Naymayer cara a cara com o gol e ele não perdoou: 4 a 2 para o Guarani. A primeira etapa ainda viu ao seu final o Serade obter dois tiros livres. Desperdiçaram o primeiro, mas Bassani defendeu o segundo, com direito a urros da torcida da casa.

O segundo tempo trouxe dois times não satisfeitos com o placar. Naturalmente, o Guarani parou para respirar, diminuindo o ritmo insano do final da primeira etapa, enquanto o Serade resolveu apostar em uma estratégia mais agressiva para reverter o placar. Tão mais agressiva que 5 minutos depois, seu camisa 11, Ajala, recebeu um cartão amarelo. Contudo, não se abalou, e menos de um minuto depois o mesmo jogador recebeu a bola na esquerda, um pouco fora da área, e mandou rasteira, no canto oposto, tornando impossível para Bassani defender. 4 a 3 para o Guarani. Foi o sinal de alerta para a equipe frederiquense, que voltou à concentração total, sob o olhar atento de Bogoni. Faltando 12 minutos e meio para o final da partida, o sangue quente de ambos os times veio à tona em uma confusão ocasionada após choque entre Bilo e Juliano na ponta direita do ataque do Guarani. O resultado foi cartão amarelo para ambos e reclamações de todos os lados. A torcida cada vez mais empurrava o time.

O jogo seguia tenso, conforme ambas as equipes testavam-se mutuamente. Era um jogo ferrenho de estratégia e sangue. Ninguém cedia. Contudo, aos 13 minutos, após cobrança de escanteio, Anzolin recebeu na entrada da área do Serade e bateu cruzado, sem chances para o goleiro de São Borja. Agora eram 5 gols para o Guarani e 3 para o Serade. O técnico visitante não viu opção e organizou seu time da forma mais ofensiva possível, inclusive trocando constantemente seu goleiro usual por um goleiro linha; tudo em busca do empate. Porém, uma estratégia dessas tem seu preço, e em uma das saídas do goleiro para o ataque, Halison roubou a bola, driblou o fixo e empurrou para o fundo das redes, marcando o sexto gol do Guarani. Um minuto depois, Anzolin iniciou um contra ataque e deu a bola novamente para Halison, que com habilidade mandou a bola no ângulo, sendo ovacionado pela torcida e abraçado pela organizada local. Foi o sétimo gol, e que gol!

Todavia, o jogo ainda não havia acabado, e com menos de um minuto sobrando no relógio, Diego, camisa 10 do Serade, cometeu uma falta digna de campeonato interséries de escola, e foi expulso, sob protestos veementes de seus colegas de time. Depois disso não havia mais nada que o Serade pudesse fazer além de evitar tomar o oitavo gol. O time ainda obteve um tiro livre, sua chance de diminuir o placar contundente do Guarani. Mas não contavam com o gigante Bassani, que defendeu a esférica com o peito, levantando a torcida consigo. Logo depois o árbitro apitou o final do jogo, com a vitória por 7 a 3 para os donos da casa. Um jogo curioso, que terminou sem nenhuma cambalhota.


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